O pneu ainda é o grande vilão da dengue no Brasil?

Segundo reportagem do G1 as mortes triplicaram em 2019, e sempre o Pneu foi apontado como principal causador, pois as campanhas publicitárias apontavam fotos de pneus em suas informações, demonstrando o perigo para população. De fato é, e por isso importadores e fabricantes de pneus no Brasil tem uma imensa responsabilidade quanto ao tema.

Mortes por dengue no Brasil triplicam no primeiro semestre. Ministério da Saúde diz que foram registradas 414 mortes nos primeiros 6 meses de 2019, contra 129 no mesmo período do ano passado. G1

Porém, o relatório do Ibama, último publicado pelo órgão, com base de dados de 2017 e publicado em 2018, mostra que 99,5% da meta de destinação foi alcançada pelos Importadores e Fabricantes, o que demonstra que já não há pneus espalhados pelo Meio Ambiente de forma expressiva. Nesse sentido deve-se analisar de forma mais abrangente questões como saneamento básico e conhecimento da população para não armazenar vasos e plantas com água em casa, pois este recurso muito usado de forma tradicional pelas famílias Brasileiras pode ser sim o grande vilão desta doença. O mapeamento das regiões afetadas, com uma análise de número de casas, prédios e cultura da região, poderá rapidamente demonstrar isso, e assim as ações de Estado podem se concentrar na informação mais precisa e com ações mais técnicas para evitar um colapso na saúde.

No ano de 2017, as Fabricas do Brasil produziram um total de 1.076.801 Toneladas de Pneus e os Importadores importaram um total de 261.122 toneladas, segundo relatório de pneumáticos do Ibama de 2018. Este relatório leva em consideração todo tipo de pneu, desde carro até máquinas agrícolas e de mineração. Deve-se analisar que no relatório do Ibama mostra que 272.034 toneladas foram exportadas, então não ficaram no Brasil, mesmo assim a fabricação é quase 5 vezes maior que a importação, se levar em consideração que as indústrias instaladas no Brasil importam grande quantidade de pneus de suas subsidiárias no mundo.

O Brasil já tem ótimos projetos de reciclagem de pneus, tem alta tecnologia de Asfalto Borracha, e já é regulamentado em diversos estados no Brasil. Porém, os incentivos são poucos, segundo Milton Fávaro Junior, Presidente da ABIDIP, Associação que reúne os Importadores de Pneus: “O Brasil já é referência neste tipo de asfalto, já existem leis nos estados e também há um Projeto de Lei, número 132, que tramita no Congresso para tratar deste tema, que é muito nobre. No Paraná conseguimos com apoio do empresário e boa vontade do Governo, instalar há 4 anos atrás uma recicladora especializada em produzir o pó proveniente do pneu velho, para uso em asfalto, onde chamamos de Asfalto Borracha, mas que tecnicamente é asfalto modificado por polímeros da borracha.”

Ainda segundo Milton Favaro o projeto é muito mais do que apenas produzir pó, “há muito por trás de toda esta estrutura, há acordos com importadores do Estado do Paraná, há empregos para detentos, pois a recicladora está instalada na Colônia Penal de Piraquara, há alimentação diferenciada para presos, há recolhimento de pneus e já convencemos o empresário que se os benefícios de impostos puderem ser melhorados, haverá ainda a instalação de mais unidades de trituração de pneus nos outros presídios do Estado do Paraná, o que já está em discussão com o Governo, estamos ansiosos pelo resultado”.

No congresso Nacional tramita o projeto de Lei 7535, de autoria do Deputado Carlos Gomes, que trata de benefícios para indústria de reciclagem, setor que a anos atrás era tratado como mero recolhedor de lixo, e agora aponta com projetos bem estruturados como no mercado de pneus, que passou de vilão para um processo moderno e com exemplos de medidas socioambientais.

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